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quarta-feira, 12 de agosto de 2015

CRÍTICA HQ : ‘DEMOLIDOR : A QUEDA DE MURDOCK” Frank Miller e David Mazzuchelli

Analisar mais uma obra- prima da dupla Miller e Mazzuchelli é muito prazeroso para mim. Foi esta saga que me fez tornar fã do Homem sem medo, e a exemplo de outras obras de Miller, esta também é atemporal e se tornou uma referência com o passar do tempo.
A história se inicia com o recebimento de uma informação valiosa nas mãos do Rei do Crime: a identidade secreta do Demolidor. Interessante esse fato, pois na época isso era algo extremamente incomum; o arqui-inimigo descobrir a identidade secreta do herói, hoje em tempos de Tony Stark declarando aos quatro ventos que é o Vingador Dourado a ideia nem pode parecer tão impactante, mas quando li pela primeira vez, lembro de ter pensado: “Uau! Isso é muito problemático!! “, e na realidade isso confere uma aura de vulnerabilidade incrível no herói e o torna mais humano também.
De posse da informação e após testar sua veracidade, o Rei do Crime não tarda em colocar seu plano em ação: tirar tudo que é importante na vida do advogado cego, ele perde sua licença para advogar, perde a hipoteca da casa, seu nome é manchado e logo ele se encontra na sarjeta, no limite entre a sanidade e a loucura ele procura um acerto de contas com Wilson Fisk, que não tem problemas em surrar o frágil Murdock e providenciar para que sua morte pareça acidental.
Porém, contando com uma incrível força de vontade Murdock consegue escapar e após isso ele vai lutando para conseguir retomar sua vida, mas ainda inconformado pelo fracasso do seu plano,o Rei do Crime insiste em acabar com a vida de seu inimigo, mesmo que para isso ele praticamente tenha que destruir a Cozinha do Inferno, com a chegada do paranoico Bazuca, o que gera até uma participação especial do Homem de Ferro e do Sentinela da Liberdade.
A maneira como Miller narra e conduz a história é incrível, as vezes parece que estamos diante de um escript de cinema, temos drama, suspense e ação na medida certa; é óbvio que a arte de Mazzuchelli contribui muito para o impacto visual de cenas que se tornam inesquecíveis, como por exemplo quando Ben Ulrich é ameaçado por telefone pela “enfermeira”, suas expressões faciais  são  incrivelmente realistas, o supra sumo de uma das melhores parcerias no mundo dos quadrinhos.



Gostaria também de comentar algo que me ocorreu quando decidi escrever esta crítica: ao longo doas anos, presenciei situações em que devido ao baixo volume de vendas de alguns heróis, alguns editores decidiram inserir profundas tragédias na vida dos heróis para que isso pudesse alavancar as vendas, e para isso chegavam até criar inimigos específicos para protagonizar esta tragédia, os resultados agradaram alguns e a outros não. Não é o caso desta saga, nem de Miller quando a escreveu, e digo mais, após essa saga o Demolidor ainda visitou o fundo do poço algumas vezes, (com a roteirista Ann Nocenti e mais tarde com Kevin Smith) mas ao contrário dos demais heróis, sempre que Matt Murdock chega ao fundo do poço isso gera boas histórias, talvez porque seja algo planejado sem o intuito sensacionalista de alavancar baixas vendas.

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