Comics

Comics

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Trailer do filme Esquadrão Suicida

Não sei vocês, mas pelo menos por este trailer, acho que o filme promete. Fora que gostei muito desta versão da música de "I Started a Joke"

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

DEMOLIDOR- UMA ANÁLISE SOBRE O TRABALHO DE ANN NOCENTI E JOHN ROMITA JR

A trajetória de um super-herói nos quadrinhos normalmente é dividida em fases, permanência de um roteirista ou alguma saga marcante, neste caso específico irei falar de uma fase do Demolidor pós “Queda de Murdock”, o período em que Ann Nocenti assumiu o roteiro das histórias do Homem sem Medo, o que não foi uma tarefa das mais fáceis, Miller e Mazzuchelli haviam acabado de produzir a história definitiva na carreira do Demolidor, imagina o desafio que esta jovem editora teve em suas mãos. Uma tremenda de uma batata quente!
Ela assume a revista a partir da edição 236 de Daredevil e lá ficou até o número 292, totalizando 56 edições, aproximadamente 4 anos e meio. Um bom tempo para se trabalhar um personagem, concordam?
E como ela se saiu? Qual o legado que deixou na trajetória do protetor da Cozinha do Inferno? Sua passagem pelo personagem se analisada hoje ainda é relevante ou atual? Então... vamos lá.
Ann Nocenti começa exatamente do mesmo ponto onde Miller terminara sua obra, um Matt Murdock recomeçando do zero, morando num apê bem modesto ao lado de Karen Page e sem sua licença para advogar. Mas apesar disso, Murdock cria uma espécie de “ONG” onde presta consultoria jurídica gratuita para os moradores da Cozinha, e um dos seus primeiros casos e que se tornaria o fio condutor para suas primeiras histórias seria o caso das Indústrias Kelco (umas das indústrias de fachada de Wilson Fisk) que era acusada de contaminar o meio ambiente com resíduos tóxicos que causaram cegueira num garoto morador da Cozinha do Inferno. Na década de 80 já se mostrava uma história em que se atentava para a questão ecológica e de uma economia sustentável, ao mesmo tempo em que a as grandes corporações usavam sua influência para corromper o sistema jurídico! Isso soa atual? Sim e ponto para Ann Nocenti! No decorrer das histórias podemos ver Matt Murdock se frustrando com o sistema jurídico que ele tanto ama, abordagem interessante para o advogado cego.
Bom, eu citei que a indústria Kelco era uma das empresas de fachada de Wilson Fisk, né? Bom, como era de se esperar nesse início de trabalho com o Demolidor, Ann foca num Fisk ainda obcecado em tentar destruir a vida de Murdock, e se tirar sua licença para advogar, seus bens e afastá-lo de seu melhor amigo não foi o bastante para derrotar o Homem sem Medo, Fisk decide tentar uma nova abordagem: atacá-lo pelo coração, ou seja usar uma fêmea fatalle como isca! E eis que surge uma nova vilã na galeria do Homem sem Medo: Mary Tyffoid! Mary é uma mulher que sofre de graves problemas mentais, assumindo 2 personalidades: como a tímida e meiga Mary Walker (que irá seduzir Matt Murdock) e como Tyfoid uma assassina e mercenária (uma segunda Elektra????). Ela possui poderes psiônicos,incluindo telecinésia leve e forte pirocinese, e com esta personalidade irá enfrentar o demolidor nas ruas da Cozinha. Ao descobrir sobre os “talentos” de Mary, Wilson Fisk a recruta para que possa destruir Murdock. E aqui ocorre um paradoxo interessante: com Tyfoid ela é amante de Fisk e como Mary amante de Matt.



Paralelamente a esses acontecimentos o Demolidor vai conquistando alguns desafetos ao patrulhar as ruas da Cozinha do Inferno, e Ann Nocenti cria uma galeria de vilões de primeira, segunda e terceira categoria: entre eles o Guerrilheiro e Bullet (personagens muito interessantes), o Balaço (um líder de uma gangue de vândalos) e os dois porra loucas do bairro.Com exceção de Bullet ( que era um agente do Governo que fazia todo o tipo de trabalho sujo) o Demolidor havia derrotado e humilhado todos eles, que se encontravam sedentos por uma vingança.
Tyfoid então arquiteta seu plano para destruir o Demolidor, ela recruta todos esses desafetos e orquestra uma ofensiva ao Demolidor, um por um eles atacam o Demolidor sem descanso, que não tem a menor chance contra esse pequeno exército sedento por sangue. (a história publicada em Daredevil 260 é pancadaria do início ao fim!). Derrotado, humilhado ele é deixado quase morto na sarjeta, onde é levado a um hospital, e lá Karen Page toma conhecimento da traição de Matt ao ver que Mary lá se encontrava velando pelo Herói. Novamente Murdock perde o pouco que ele tinha, o amor de sua mulher e a esperança de dias melhores.
Eu considero essa fase uma “segunda Queda de Murdock”, não quero comparar aqui o trabalho dela com o de Miller, mas pode ser sim considerada uma extensão do trabalho de Fisk, aqui ele tenta terminar o que começou na “Queda”. E momentaneamente ele consegue, após isso Murdock abandona a cidade e começa a vagar sem rumo pelo país. Aqui eu também gosto de considerar como a primeira “fase” da trajetória de Ann no Demolidor. E também a melhor, pois a partir do momento que Matt se torna um ser errante, Ann introduz vários elementos não muito comuns na carreira do Herói. Mefisto o persegue, aproveitando a forte fé católica que Matt possui, para fazer com que ele possa sofrer com profundas crises de remorso (afinal ele cometera adultério) e a todo instante o ser das Trevas aproveita a oportunidade para questionar a fé católica de um homem que se veste de Demônio !?!
Outra coisa incomum, foi a mudança de cenário, da grande cidade, Matt agora circula por pequenas cidades do interior e até cenários rurais, como uma fazenda. E continuando esse quadro, digamos diferente, Ann adiciona 2 personagens nada convencionais no mundo do Demolidor, 2 inumanos. Pra completar o grupo, uma feminista reacionária, uma androide subserviente ao sexo masculino se juntam à nova trupe do Herói cego; e confrontos com Ultron e com o Coração Negro (filho de Mefisto, criação de Nocenti!) completam esse caldeirão minimamente bizarro na trajetória do Demolidor, por isso considero essa como uma segunda fase, e como disse anteriormente inferior à suas primeiras histórias.



Partindo agora para a parte estética das histórias, aqui encontramos uma parceria memorável e longa com o ilustrador John Romita Junior, onde ele traçou seu próprio estilo, se diferenciando e muito do seu pai, e esse estilo ele mantém até hoje, despertando amor ou ódio nos leitores. Eu faço parte do primeiro time, sou muito fã da sua arte. Romita mostra uma Cozinha com muitos becos sujos e escuros, suas cenas de ação são sempre grandiosas, várias vezes com uma página inteira ou até dupla ao ilustrar um combate. Gostaria muito mesmo de rever essas histórias num encadernado de luxo.
Passados todos esses anos, e analisando o trabalho como um todo, minha opinião é que o saldo foi positivo, não chega a ser um trabalho extraordinário (algo assim só com o arco Diabo da Guarda, vários anos depois), mas muito agradável de se ler e principalmente por contar com a arte de Romita. Uma coisa interessante: Ann criou bons vilões para o Demolidor,mas que não foram usados como deveriam pelos roteiristas posteriores: Tyfoid ainda é usada alguma vezes, Bullet ( na minha opinião um vilão muito, muito legal) caiu num ostracismo total e o Guerrilheiro só vi aparecer em algumas passagens pelo Justiceiro, uma pena.




CRÍTICA- OS MAIORES CLÁSSICOS DO DEMOLIDOR 1- FRANK MILLER

Maiores Clássicos do Demolidor, Os n° 1
Publicado em: agosto de 2003
Editora: Panini
Licenciador: Marvel Comics
Categoria: Edição Encadernada
Gênero: Super-heróis
Status: Série completa
Número de páginas: 144
Formato: Americano (17 x 26 cm)
Colorido/Lombada quadrada



Em agosto de 2033 a Panini lançou no mercado nacional a primeira de uma série de coletâneas sobre o Homem sem Medo chamado os Maiores Clássicos do Demolidor, abordando a primeira fase de Frank Miller como roteirista e desenhista do Homem sem Medo. Ponto pra Panini, que fez a alegria dos velhos leitores que podiam reler essa maravilhosa obra em seu formato original e em papel de qualidade,e aos leitores novatos deu a oportunidade de conhecer uma fase memorável na vida do protetor da Cozinha do Inferno.
Frank Miller ao assumir o roteiro do Demolidor, deu uma nova roupagem ao personagem, suas histórias se caracterizavam por apresentar uma abordagem mais séria, adulta, claramente influenciada pelos filmes Noir, o Demolidor agora mergulhava de cabeça no submundo do crime, e o roteiro de Miller tem a capacidade de nos fazer sentir o mundo da mesma maneira que Murdock o sentia,
Logo na primeira história somos apresentados a uma personagem inovadora, a verdadeira femea fatalle , a assassina de aluguel Elektra, que no passado tinha sido o primeiro amor de Murdock nos tempos de faculdade. Imaginem, seu primeiro grande amor desaparece e anos depois retorna como uma inimiga, obrigando o Homem sem Medo a combate-la?? Tenso demais!! Sua primeira aparição nesta história é acompanhada de um breve flashback mostrando como Matt e ela se conheceram na faculdade e posteriormente ela teria grande importância no desenrolar das histórias do Homem sem Medo.
Nas demais histórias, o Demolidor se vê combatendo um inimigo que a partir dali seria a maior pedra no seu sapato, fazendo com que ele visitasse o fundo do poço algumas vezes: O Rei do Crime! O primeiro combate entre eles é sensacional, aliás um parentêse precisa ser feito aqui, como Miller é talentoso em desenhar cenas de ação!! As lutas do Demolidor desenhadas por ele são magníficas!!! Ação vertiginosa ao extremo!!! Mas voltando ao combate, é interessante ver que no primeiro confronto com o Rei o Demolidor não consegue mensurar com exatidão a força extraordinária de Wilson Fisk! Outro ponto alto desse primeiro número é um outro combate espetacular do Demolidor com o Mercenário, impressionante como transborda raiva e ódio entre esses dois quando se enfrentam, e Miller potencializa isso ao máximo durante essa fase, (culminado num dos momentos mais trágicos na vida de Matt Murdock.) e essa luta entre os dois eu considero como uma das mais emocionantes da carreira do Demolidor.
Finalizando, leitura obrigatória e item obrigatório na coleção de qualquer leitor que tenha a cara de pau de dizer que curte o Demolidor. É um pouco difícil de achar para comprar, e quem vende mete a mão, mas vale muito a pena possuir essa série

CRÍTICA HQ : BATMAN ANO 3

Poder escrever sobre esta curta saga é muito divertido para mim, pois se trata da origem do meu coadjuvante preferido: o menino prodígio!!
Seguindo a tradição de contar como foram os primeiros anos da carreira do Cavaleiro das Trevas, tivemos Ano Um magistralmente produzido por Miller e Mazzuchelli. Em seguida tivemos o Ano Dois, produzido por  e Todd MCFarlane, mas o nível cai muito, o que se salva são os desenhos de MCFarlane,e enfim chegamos nessa saga que retrata o terceiro ano do Batman e a  criação da dupla dinâmica.
Como já disse no início, sou muito fã do Robin, isso se deve ao fato de na época em que lia suas histórias, ter me identificado com ele, um adolescente como eu. E fala sério, qual fã adolescente do Batman não sonharia em poder combater o crime ao seu lado? Afinal, a concepção do Robin foi justamente essa, poder humanizar mais o Morcego e conseguir identificação com o público infantil. E esse foi o meu caso!!!


Nesta saga, que se passa após a morte de Jason Tood (o segundo Robin), encontramos um Batman que começava a se tornar irracional e violento em excesso (gancho que seria utilizado para inserir a saga do terceiro Robin), esse quadro se tornaria mais crônico com a notícia de que um velho criminoso conhecido do Morcego e de Dick Grayson seria libertado após cumprir sua pena na cadeia e a partir daí traria consequências desastrosas para o crime organizado de Gotham.
Dito isto, a história passa a mostrar em flashback o primeiro contato de Bruce Wayne com Dick Grayson, na época um jovem e habilidoso trapezista de circo, filho também de um casal de trapezistas que se apresentavam em grupo no circo. Após presenciar os pais morrerem durante a apresentação de seu número e saber que provavelmente aquilo fora obra de uma gangue de criminosos, Dick Grayson vê sua vida perder o propósito, e como testemunha dessa situação, Bruce Wayne se identifica com a situação do menino e luta para obter sua guarda. O resto é história, e que todos conhecem.
No decorrer da história, Dick Grayson  já atuando como Asa Noturna volta à Gotham, ele percebe que há algo errado com Wayne , o que gera momentos de tensão entre eles. Aliás, esse tema sempre me agradou, a dificuldade de Wayne em manter um relacionamento sáudavel com alguém, e principalmente com Grayson , pessoa que ele considera como um filho. Esse tema foi explorado em outras histórias com outros roteiristas, e acho muito interessante, humaniza demais o personagem.
O roteiro de Marv Wolfman cumpre bem seu papel, em casar o momento atual em que vivia o Batman, transtornado após a perda do segundo Robin e o seu passado com o primeiro menino prodígio, os desenhos de Pat Broderick também me agradam muito, inclusive acho ele um dos melhores desenhistas que já trabalharam com o Morcegão. Não é nenhuma obra prima, mas um história importante na cronologia do nosso querido vigilante.



CRÍTICA HQ : ‘DEMOLIDOR : A QUEDA DE MURDOCK” Frank Miller e David Mazzuchelli

Analisar mais uma obra- prima da dupla Miller e Mazzuchelli é muito prazeroso para mim. Foi esta saga que me fez tornar fã do Homem sem medo, e a exemplo de outras obras de Miller, esta também é atemporal e se tornou uma referência com o passar do tempo.
A história se inicia com o recebimento de uma informação valiosa nas mãos do Rei do Crime: a identidade secreta do Demolidor. Interessante esse fato, pois na época isso era algo extremamente incomum; o arqui-inimigo descobrir a identidade secreta do herói, hoje em tempos de Tony Stark declarando aos quatro ventos que é o Vingador Dourado a ideia nem pode parecer tão impactante, mas quando li pela primeira vez, lembro de ter pensado: “Uau! Isso é muito problemático!! “, e na realidade isso confere uma aura de vulnerabilidade incrível no herói e o torna mais humano também.
De posse da informação e após testar sua veracidade, o Rei do Crime não tarda em colocar seu plano em ação: tirar tudo que é importante na vida do advogado cego, ele perde sua licença para advogar, perde a hipoteca da casa, seu nome é manchado e logo ele se encontra na sarjeta, no limite entre a sanidade e a loucura ele procura um acerto de contas com Wilson Fisk, que não tem problemas em surrar o frágil Murdock e providenciar para que sua morte pareça acidental.
Porém, contando com uma incrível força de vontade Murdock consegue escapar e após isso ele vai lutando para conseguir retomar sua vida, mas ainda inconformado pelo fracasso do seu plano,o Rei do Crime insiste em acabar com a vida de seu inimigo, mesmo que para isso ele praticamente tenha que destruir a Cozinha do Inferno, com a chegada do paranoico Bazuca, o que gera até uma participação especial do Homem de Ferro e do Sentinela da Liberdade.
A maneira como Miller narra e conduz a história é incrível, as vezes parece que estamos diante de um escript de cinema, temos drama, suspense e ação na medida certa; é óbvio que a arte de Mazzuchelli contribui muito para o impacto visual de cenas que se tornam inesquecíveis, como por exemplo quando Ben Ulrich é ameaçado por telefone pela “enfermeira”, suas expressões faciais  são  incrivelmente realistas, o supra sumo de uma das melhores parcerias no mundo dos quadrinhos.



Gostaria também de comentar algo que me ocorreu quando decidi escrever esta crítica: ao longo doas anos, presenciei situações em que devido ao baixo volume de vendas de alguns heróis, alguns editores decidiram inserir profundas tragédias na vida dos heróis para que isso pudesse alavancar as vendas, e para isso chegavam até criar inimigos específicos para protagonizar esta tragédia, os resultados agradaram alguns e a outros não. Não é o caso desta saga, nem de Miller quando a escreveu, e digo mais, após essa saga o Demolidor ainda visitou o fundo do poço algumas vezes, (com a roteirista Ann Nocenti e mais tarde com Kevin Smith) mas ao contrário dos demais heróis, sempre que Matt Murdock chega ao fundo do poço isso gera boas histórias, talvez porque seja algo planejado sem o intuito sensacionalista de alavancar baixas vendas.

DAVID MAZZUCHELLI

Todo fã de quadrinhos tem seu seleto grupo de ilustradores preferidos ou aqueles que o marcaram devido a singularidade de seus traços, hoje gostaria de falar sobre um que, na minha opinião, é admirado por todos os amantes de hqs: David Mazzuchelli.
Meu primeiro contato com a obra de Mazzuchelli foi com um de meus heróis preferidos: “Batman: Ano Um” de Frank Miller, eu devia ter em torno de 10 ou 11 anos de idade quando conheci esta obra, que por sinal foi também meu primeiro contato com uma obra de Frank Miller, hoje não dá pra imaginar outro desenhista que não fosse ele, seu traço extremamente suave, simplista mas genial combina de maneira perfeita com o ambiente “Noir” do roteiro de Miller. Sabemos que uma HQ se torna mágica para nós quando podemos lembrar onde, quando e como nos sentimos quando a lemos pela primeira vez, nesse caso eu a li em casa, numa sexta-feira à noite (depois de ter feito a lição de casa da escola) e ao me deparar com a cena em que na época o Tenente James Gordon aplica uma surra no policial corrupto Flass fiquei extasiado!! Era a primeira vez que via uma cena de ação desenhada daquela maneira: uma luta que não fora testemunhada por ninguém, numa madrugada de neve, Mazzuchelli nos coloca como testemunhas ocultas de um ato que ficaria em segredo absoluto entre aqueles dois homens. Genial é pouco para descrever essa cena!!!




Suas cenas de ação até hoje me impressionam; é como se ele não desenhasse e sim retratasse uma foto no exato momento da ação, sem o uso de onomatopeias ou qualquer outro auxílio visual que nos passe a impressão de movimento (diferente do estilo de John Byrne, por exemplo), isso não é necessário graças à sua refinada técnica, que muito me agrada.
Ainda comentando seu trabalho em “Ano Um”, existem momentos inesquecíveis: a noite em que Bruce Wayne sai disfarçado para tentar combater o crime (antes de decidir usar o manto do morcego) e quando a polícia monta o cerco contra o Batman em um prédio abandonado, que culmina com a invasão dos morcegos que servem de cobertura para que o Batman possa fugir, é  sensacional!!!
Algum tempo depois conheci seu trabalho no Demolidor, novamente com Frank Miller, ler “A Queda de Murdock” também foi uma experiência maravilhosa, na época nem era fã do Homem sem Medo, mas após ler esse arco meu interesse pelo herói cego aumentou muito, a ponto de hoje ele ser um dos meus favoritos. A primeira história que li foi a que Murdock entra num metrô e espanca um assaltante e um policial, em seguida entra no prédio de Wilson Fisk para um acerto de contas que quase culmina com a morte do frágil Murdock.
E com o Demolidor, Mazzuchelli chegou a ser o desenhista regular do herói durante algum tempo, hoje essas histórias  são consideradas pra mim como uma das melhores fases do Homem sem Medo, sempre que posso as releio e fico admirando o talento desse ilustrador....
Infelizmente após esses trabalhos memoráveis, Mazzuchelli se retirou do mercado de hqs, se dedicando a projetos pessoais, eu sinceramente sinto muito a sua ausência, mas seu legado para o mundo dos quadrinhos é enorme, inclusive acho que seus desenhos entram na categoria de Obras Primas e deveriam estar em museus de arte.
E você o que acha desse ilustrador?? Deixe sua opinião!!!


CRÍTICA HQ: BATMAN ANO UM

Quando um roteirista de quadrinhos resolve recriar ou reformular um herói que já é um mito do universo dos quadrinhos ele precisa ter muita coragem e ser muito bom!!! Frank Miller é esse cara! Com sua narrativa em Ano Um e anos mais tarde com Demolidor: O Homem sem Medo, Miller mostra como uma história conhecida e contada várias vezes pode assumir um caráter definitivo após passar por suas mãos.


Para mim Frank Miller sempre esteve muito à frente de seu tempo, meu primeiro contato com seu trabalho foi através dessa HQ, e aos 11 anos (quando li Ano Um pela primeira vez) percebi que estava lendo algo especial, muito diferente de tudo o que havia lido até o momento (comecei a ler HQ por volta dos 6 anos) e a partir daí percebi que as HQS poderiam abordar temas mais complexos e adultos, pois ao lê-la me senti como se assistisse a um filme policial e não a uma história de mocinho contra bandido.
Em Ano Um, somos apresentados a um Bruce Wayne que definiu seu propósito na vida logo após o incidente em que segundo ele “sua vida perdeu o propósito” o assassinato a sangue frio de seus pais, apesar de a partir daí dedicar toda a sua juventude se preparando para combater o crime, ao retornar para Gotham ele ainda não sabe como pôr em prática tudo o que aprendeu de maneira que impactasse os criminosos, ele desejava algo como um símbolo de justiça para os cidadãos e opressão para os meliantes, então de maneira brilhante Miller nos mostra como Wayne recorre a uma experiência traumática de sua infância para encontrar o símbolo que incutirá medo na massa criminosa: o Manto do Morcego.
Ao mesmo tempo, a história mostra a chegada do então Tenente James Gordon em Gotham, descontente pela transferência, com uma mulher grávida e aparentemente sem muitas perspectivas positivas diante do cenário que se apresenta (um policial honesto no meio de uma corporação de policiais corruptos e vendidos) Gordon transpira realismo e humanidade jamais visto em um personagem de HQ. Miller trabalha de maneira magnífica com o futuro Comissário, mostrando seus erros e acertos como qualquer ser humano: ele trai a esposa, sua consciência o tortura, ele questiona sua missão de caçar e prender o Cavaleiros das Trevas...embora não seja o protagonista, nessa história ele praticamente divide o protagonismo com um Wayne ainda tentando definir sua maneira de combater o crime. Seja o leitor iniciante no Universo do Morcego ou já um veterano, ao ler essa história com certeza aumentará sua admiração pelo velho Gordon, e nos faz pensar também que ao longo dos anos o personagem poderia ser melhor trabalhado e aproveitado nas histórias.
Outro ponto que gostei muito no roteiro de Miller, foi a decisão de não escalar nenhum vilão famoso para estrelar a história, nesse começo os principais inimigos do Morcego são: sua própria consciência e o Estado corrupto e mafiosos que sustentam esse Estado. Batman é ainda um personagem humano e a Lenda aos poucos vai tomando seus contornos até se tornar o vigilante mais famoso do mundo dos quadrinhos. Entretanto, antagonistas importantes no futuro são mostrados de forma brilhante, como Selina Kyle e o promotor público Harvey Dent, que neste início é um grande aliado do Batman, é muito legal ver como eles tinham a mesma visão e como essa parceria poderia se tornar  interessante.
Esta é sem dúvida, uma das melhores histórias do Batman e do universo dos Quadrinhos, uma aula de como se faz histórias que se tornam tão grandes como o próprio Herói, conta com um time de gênios – Frank Miller, David Mazzuchelli, e que a cada leitura se torna mais prazerosa. Um prazer que só quem sabe encarar uma HQ como arte é capaz de sentir.